quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mosquito da Dengue

Pesquisa realizada na UFMS (Universidade Federal de Matogrosso do Sul) demonstra que o mosquito da Dengue pode sobreviver se alimentando somente de planta.
A pesquisa foi financiada pela Fundect e desenvolvida pelo professor Antônio Pancrácio de Souza, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da UFMS, estuda os hábitos alimentares do mosquito Aedes aegypti - transmissor da Dengue, bem como o uso eficiente de um inseticida de origem natural.
Pancrácio explica que o primeiro passo da pesquisa foi perguntar em diversas floriculturas de Campo Grande quais eram as plantas mais vendidas para uso em residências. Foram elencadas sete plantas e, em seguida, observados em laboratório os hábitos alimentares do mosquito diante de cada uma destas plantas. "Já era sabido que as orquídeas têm a capacidade de armazenar água, formando criadouros para os mosquitos adultos depositarem seus ovos. A grande surpresa foi descobrir que a planta "Coroa de Cristo" (Euphorbia milii), bastante popular em residências do Brasil, é uma excelente fonte de néctar para o mosquito que se alimenta e sobrevive tranquilamente", afirma. A descoberta foi feita pela orientanda de Pancrácio, Nathalia Cavichiolli de Oliveira.
A planta Coroa de Cristo se mostrou excelente para a biologia da espécie porque oferece nectários florais e extraflorais em uma arquitetura que facilita a exploração do inseto. Segundo o professor, as plantas ornamentais presentes em nossos quintais podem favorecer a sobrevivência dos mosquitos adultos e isso deve servir de alerta tanto para a população, como também para as autoridades em saúde, que poderão observar e identificar outras plantas de diferentes regiões brasileiras que também tenham características semelhantes à Coroa de Cristo. "Estamos padronizando os experimentos nesta planta, de modo a servir como modelo para testes com outras espécies", justifica.
O professor ressalta que o mosquito A. aegypti é antropofílico, ou seja, tem preferência pelo sangue humano a qualquer outra fonte de sangue, daí explica-se a presença dele em grande quantidade nos centros urbanos e, mais raramente, no meio rural.
Além disso, já está comprovado que, se o A. aegypti se alimentar somente de sangue humano, conseguirá manter sua longevidade e fecundidade de ovos para perpetuar a espécie. É importante lembrar que a fêmea do mosquito precisa se alimentar de sangue para a maturação dos seus ovos. "Na próxima etapa do projeto serão observados e delimitados os horários mais propícios para alimentação do mosquito. Para isso, os alunos da iniciação científica irão revezar na observação dos mosquitos em laboratório", afirma.


Fonte:http://www.saude.ms.gov.br